- As leis servem para os parentes e amigos bem colocados ajudarem os seus parentes e amigos que não estão bem colocados; toda a gente sabe isso!
O poeta admirou em silêncio esta sábia resposta enquanto Rashid largava a rir e exclamava:
-Já sabia que os Ashuritas tendem para a corrupção; mas tanto assim!...
O rapaz, que falara com absoluta inocência, estranhou tal hilariedade:
-Não sei o que é isso da corrupção. Só sei dizer como se vive em Ashur.
-Adhiam- interveio o poeta- não te zangues, não estamos a criticar o teu país, só sentimos uma certe curiosidade. Por um lado, bem vês, a vossa lei torna-vos a vida impossível; por outro, os poderosos torcem-na a favor dos amigos... e que sucede então, diz-me, com aqueles que não têm amigos ou parentes bem colocados?
Perplexo com tanta ingenuidade – da parte de quem devia saber tudo - Adhian encolheu os ombros e respondeu: -Não é há muita gente assim. E depois, quando não se tem amigos ou parentes, o dinheiro arranja-os.
- E quando não há dinheiro?
- Então é uma desgraça. Ma em toda a parta há gente sem sorte. Não é assim nos vossos países?
Rashid ia falar, porém o poeta declarou que aquilo, de facto, não era bem corrupção e sim uma estrutura social.
O Homem Sem Nome
João Aguiar
João Aguiar
Lembra ou não lembra à Galiza?
1 comentário:
isso a min nom me lembra somente a galiza. lembrame a case tódolos lados do mundo. explicome: a lei en todas partes no mundo é feita por parlamentos en que dominan grupos politicos, estes son votados por grupos de interese diversos, e polo tanto a lei favorecera a uns porriba doutros. sempre é assim, a lei nom é nunca imparcial.
a min nom me lembra a galiza, lembrame ao mundo inteiro. basta de prosmadas, a lei é umha excusa do que manda.
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